O navio usado por Vasco da Gama em sua exploração internacional

A caravela, um barco de águas rasas usado pela primeira vez pelos portugueses no século XV, foi um trunfo fundamental em sua exploração do Norte da África e usado em grande parte de sua exploração oceânica. Imagem cortesia de http://nautarch.tamu.edu/.

Estabelecimento da Estrutura Política Colonial do Brasil

Da conquista e exploração do Infante D. Henrique o Navegador pela costa africana até à abertura de uma rota marítima para a Índia por Vasco de Gama, Portugal do século XIV foi um dos precursores da Europa na exploração ultramarina. Após a descoberta de Gama, que prometia um influxo de riqueza e novas oportunidades comerciais, D. Manuel patrocinou uma nova viagem liderada pelo nobre Pedro Álvares Cabral, para navegar à volta do Cabo da Boa Esperança e chegar à Índia através do Oceano Índico. Em vez de seguir para sul e depois para leste, porém, a frota de Cabral navegou para oeste, acabando por chegar à costa de um vasto continente num local chamado Porto Seguro, em 22 de Abril de 1500.

A primeira forma de colonização da Coroa Portuguesa envolveu tratar o Brasil como um posto de comércio e uma paragem no caminho para a Índia. Portugal, no entanto, precisava proteger a sua posse de outras potências europeias, que estavam sempre a tentar confiscar novos territórios. O Tratado de Tordesilhas em 1494 traçou uma linha ao redor do globo, dividindo-o entre Espanha e Portugal:

… para a paz e concórdia, e para a preservação da relação e amor do dito Rei de Portugal pelo dito Rei e Rainha de Castela, Aragão, etc.., sendo o prazer das suas Altezas, eles, os seus representantes, agindo em seu nome e em virtude dos seus poderes aqui descritos, fizeram aliança e concordaram que um limite ou linha recta fosse determinado e traçado de norte a sul, de pólo a pólo, no referido mar oceânico, do Árctico ao pólo Antárctico. Esta fronteira ou linha será traçada em linha recta, como acima referido, a uma distância de trezentos e setenta léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde …

No entanto, nem este tratado nem nenhum dos outros arranjados entre potências europeias tiveram muito sucesso na regulação das reivindicações de terras no “Novo Mundo”. As autoridades portuguesas cedo perceberam que a única forma de se agarrar ao seu novo território era resolvê-lo. Mas o governo da pequena nação não estava equipado com os recursos para povoar um novo território muitas vezes do seu tamanho, e assim Portugal desenvolveu um sistema pelo qual foi dada aos cidadãos a honra e a responsabilidade de colonizar uma parte da nova colónia portuguesa, juntamente com o título de capitão-general.

Estas capitanias-gerais foram dadas a mercadores, soldados, marinheiros e pequena nobreza; a alta nobreza tinha melhores perspectivas e não tinha de arriscar as suas vidas e riquezas em empreendimentos tão rebuscados. As capitanias eram hereditárias. Contudo, só podiam ser concedidas ou divididas por decreto real.

Nobleman Manuel Costa deu a capitania de Pernambuco a Duarte Coelho, um membro da sua família, num foral em 1534:

Dom João, etc. A quem possa interessar faço saber que agora concedo e recompenso Duarte Coelho, nobre da minha linhagem, por ele e todos os seus filhos, netos, ouvintes e sucessores, por lei e herança, para sempre, a capitania e território de sessenta léguas de terra ao longo da minha costa do Brasil que começam no rio São Francisco, que é do cabo de São Agostinho para o sul, e termina no rio Santa Cruz, que é do referido cabo para uma linha de acordo com uma descrição mais explícita no subsídio que lhe dei para a referida terra; e porque é muito necessário ter aqui um foral que declare os impostos, aluguéis, taxas e coisas que devem ser pagas nas referidas terras, as que me pertencem e a coroa destes reinos, bem como as que pertencem ao referido capitão pela autoridade da dita concessão, eu, porque gosto de o recompensar, achei melhor elaborar e executar o referido foral para as referidas terras, onde ele deve agora ir habitar, povoar e explorar. Quanto mais cedo isto for feito, melhor, para o serviço de Deus e de mim e para o bem do referido capitão e dos habitantes da dita terra…

Costa passou a estabelecer os termos da concessão de terras: os impostos a serem pagos à Ordem dos Jesuítas em terra, pedras preciosas, pau-brasil, caça e peixe; regulamentos de embarque; e uma restrição contra o comércio com os nativos da região, punível com uma multa a ser paga em três partes: à Coroa, ao acusador do delinquente, e à Igreja.

As treze capitanias-gerais do Brasil foram todas definidas pelos extremos norte e sul, e estendidas desde o Oceano Atlântico, a leste, até a linha imaginária do Tratado de Tordesilhas, a oeste. Este mapa do século XVI de Luis Teixeira também inclui informações sobre os donos de cada capitania, assim como explica a linha de demarcação determinada pelos governantes de Espanha e Portugal. Cortesia da Wikimedia Commons.

Pernambuco, o território estabelecido principalmente na costa nordeste que ele nomeou, foi uma das duas únicas capitanias-gerais que floresceram durante a conquista colonial. Tanto ela como São Vicente ao sul eram colônias produtoras de açúcar. Cada outro território fracassou como um empreendimento econômico, e todas as capitanias-gerais acabaram sendo adquiridas de volta pela Coroa no século XVII, quando começou a consolidar seu domínio sobre a colônia.

Leitura adicional

  • O Governo Real de Dauril Alden no Brasil Colonial fala sobre a estrutura das várias capitanias patrocinadas por portugueses, dando particular atenção ao reinado do Marquês de Lavradio de 1769-1779.

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