Estudos anteriores mostraram que a química dos resíduos e a estrutura da comunidade microbiana mudam durante a decomposição, porém pouco se sabe sobre a relação entre a química C e a estrutura da comunidade microbiana. Para abordar essa lacuna de conhecimento, estudamos a química C e a estrutura da comunidade microbiana durante a decomposição dos resíduos de eucalipto, trigo e ervilhaca com e sem N. Sacos contendo resíduos moídos de eucalipto, trigo e ervilhaca foram enterrados em microcosmos de areia após a inoculação com uma comunidade microbiana diversa. A respiração foi medida ao longo de um período de incubação de 150 dias. Em diferentes momentos durante a incubação, os totais C e N dos resíduos foram analisados e a química do carbono residual foi determinada por espectroscopia 13C-NMR (ressonância magnética nuclear). As comunidades microbianas foram avaliadas por análises de ácido graxo fosfolipídeo (PLFA).

Resultados indicaram que durante a decomposição, a composição do resíduo C e da comunidade microbiana mudaram ao longo do tempo e diferiram entre os tipos de resíduos. Mudanças na estrutura da comunidade microbiana foram associadas a mudanças na química do resíduo C, principalmente o conteúdo relativo de aril-C e O-alkyl-C. A adição de N aumentou a respiração cumulativa, alterou a química C durante a decomposição, particularmente em resíduos C/N altos (trigo e eucalipto), e mudou a sucessão microbiana levando a um estabelecimento mais precoce de uma estrutura estável da comunidade microbiana. A adição de N ao eucalipto e ao trigo reduziu a decomposição dos compostos aril-C.

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